Be Welcome to a ocean of bloody tears

There are more things in heaven and earth,
Than are dreamt off in your philosophy.

Shakespeare, William
_The Tragedy of Hamlet, Prince of Denmark

Quem sou eu

Minha foto
O tempo muda o tempo todo...

terça-feira, maio 12, 2009

Outono – Prólogo

Os dias já foram mais claros, pensou Peter, atônito olhando para o céu nublado que nascera naquele dia cinzento. Peter era um cara tranquilho, sempre cumpria suas tarefas sem reclamar, era uma pessoa um pouco fechada, aberta apenas à aqueles que conseguiam sua confiança, só seus amigos mais próximos sabiam o que se passava com ele, das vezes em que ele tinha que faltar aula ou saia correndo no meio da aula. Peter tivera uma infância um pouco complicada, quando ele tinha oito anos seus pais morreram por causa de um acidente de carro, um ônibus desgovernado batera de frente com o carro quando os pais dele voltavam da casa dos avôs de Peter, por causa disso ele foi morar com os avôs e teve que deixar muitas coisas que gostava para trás. A casa em que ele morava foi alugada, e ele nunca mais voltou para ela. A aposentadoria que o avô recebia era boa visto que lutara em uma ou duas guerras, e chegou a um alto posto do exercito. Mais o exercito não subira a cabeça de seu avô para sorte dele. Peter crescera ouvindo historias de guerra e de experiências passadas de seus avôs e dos amigos deles que constantemente visitavam a casa para jogar xadrez ou ver a final do campeonato de rugby.

Peter sempre pode fazer suas escolhas de livre e espontânea vontade, ele amava conversar com seus avôs, ele aprendera muita coisa sobre muita coisa, desde filosofia ate como sobreviver a uma explosão atômica. Dez anos depois, ainda morando com seus avôs, ele entrou para a universidade, Peter sempre foi um aluno dedicado o acidente com seus pais fez com que ele agarra-se a algo, e ele se agarrou ao conhecimento cientifico, por mais que não fosse um aluno excepcional em matemática ele resolveu fazer física.

Os anos passavam voando e Peter fez vários amigos na universidade. Peter tinha era fascinado pelo céu noturno, se ele não chegasse a casa as dez da noite seus avos já sabiam ate aonde procurar o garoto, eles nem se importavam muito, visto que o "quintal" da universidade era bem próximo da casa.

Enquanto sozinho Peter ficava olhando as estrelas e se comparava a elas, ele no fundo se sentia sozinho e olhar para estrelas o confortava, pois por mais perto que elas parecessem estar ele sabia que elas estavam muito distantes uma das outras. Ele voltara cedo para casa naquele dia.

No outro dia Peter acordara cedo, e como de costume, ele olhou para fora pela janela do sótão onde ficava seu quarto. Ao olhar pro céu ficou triste ao ver que naquela noite uma frente fria chegara e trouxera muitas nuvens. O vapor de sua respiração embaçava o vidro, "os dias já foram mais claros", pensara ele. Peter se trocou e foi tomar o café da manhã com os avôs. "É garoto sua brincadeira hoje foi estragada pelo tempo" disse Abraham, avô de Peter, "fazer o que avô não podemos, ainda, segurar os ventos" Peter retrucara, e ambos caíram na gargalhada, " você fala como se um dia pudesse impedir a natureza de agir" dissera Abraham quando Peter levantou, " sei que nunca vou poder impedir o rio de fluir, mas posso ainda assim tomar de sua água, e se eu for ousado ainda posso desviá-lo de seu curso, mas mudando de assunto, já que hoje o céu não vai esta estrelado que tal aquela revanche que eu te prometi a algum tempo?"Peter dissera essas palavras ao seu avô enquanto caminhava pra pegar seu suéter e seus livros, seu avô retrucou:" dessa vez você não vai sair com o sorriso no rosto quando eu te ganhar". Peter deu um sorriso meio sarcástico, e se despediu.

O dia estava normal assim como qualquer outro dia de outono em Littleroad, o frio não pegara muita gente desprevenida. Peter nunca fora de ficar ansioso enquanto seus amigos não viam a hora de chegar às férias e cair na farra, ele apenas se concentrava no dia presente, para ele a vida era como um livro sendo escrito, havia historias no passado, mas o futuro permanecia em branco. Ele gostava de se atentar aos mínimos detalhes, e enquanto andava para o prédio de ciências exatas ele reparara na primeira folha alaranjada que caíra de uma árvore, ele caminhou ate ela e agachou-se para pegar a folha, quando pegou e se reergueu, ao olhar para o horizonte ele contemplou uma garota que entrara no ultimo vestibular, ela era simplesmente muito linda, Peter nunca tivera uma namorada, por mais que já tivesse beijado antes, ele nunca namorara, ele simplesmente ficou parado contemplando a garota e a folha alaranjada que caíra. Ficou lá como se o tempo tivesse parado, ate o momento em que seus amigos chegaram, no começo ele não os ouvira chegar, mas com Anthony pulando nele ele subitamente acordou, como se fosse um sonâmbulo, eles perguntaram o que ele fazia ali parado olhando para o nada, e ao olhar de novo percebera que seu anjo já havia saído, Lilith, uma amiga, com uma aparência meio gótica, percebera ao longe que ele olhara para uma pessoa. Ele foi efusivo ao responder que olhara para a primeira folha alaranjada que caíra nesse outono, eles como sempre zoaram ele falando que ele estava viajando.

Eles foram e continuaram andando para o prédio, enquanto Peter continuava a procurar por seu anjo.

2 comentários:

Gabriela Costa disse...

Lilith, adoro esse nome.

Gabriela Costa disse...

Esse post parece com meus dias. ahaha. Sempre analisando as ações mínimas de quem está ao meu redor.