Be Welcome to a ocean of bloody tears

There are more things in heaven and earth,
Than are dreamt off in your philosophy.

Shakespeare, William
_The Tragedy of Hamlet, Prince of Denmark

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quinta-feira, maio 07, 2009

Sentimentos - Capitulo 3 - Confusão

Ele não sabia para onde atirar e nem se correria ou se ficava parado, os caminhos eram muitos e a escolha era vital. Ele não tinha muitas opções e o tempo não pararia. Poucas balas lhe restará, ele via sua vida inteira passar como flashback diante de seus olhos. Pensou em desistir, mas ainda tinha esperanças, pensou em tudo, mas no final sempre se lembrava de que havia muito a perder, havia sempre muito em jogo.

Ele tinha que se apressar, pois a noite logo cairia e a tempestade que surgia era iminente. Logo não haveria mais lugar para se ir e tudo pelo que ele lutara se perderia para sempre. A gélida brisa da tempestade açoitava-o constantemente, lembrando para ele que cada vez mais que ele ficasse parado, menos tempo ele teria para se salvar. Num instante ele moveu o pé para uma direção parecia determinado, mas logo sua determinação esvaiu-se e ele não mais se moveu. Olhou para trás, mas mesmo voltando havia muito a perder.

Sua cabeça já doía de tanto pensar, caminhos quase que infindáveis se destroncavam da simples bifurcação à sua frente. Fechou os olhos e adentrou reto, não seguiria nenhum caminho ate pelo menos ter uma pequena noção do que o esperava.
Ir por cima em um terreno seria em qualquer outra situação o mais sensato à alguém, mas ele sabia que naquele lugar ir por cima era o mesmo que voltar a trás. Logo a frente ele se deparou com um rochedo enorme, era o fim da linha do caminho do meio. Agora ele não tinha mais escolha teria que ir para um lugar. Pensava ele: " Se ao menos duas fossem minhas opções nesse emaranhado de escolha, eu poderia ter uma chance, por mais que pequena, de me salvar".

O desespero aumentava, a ansiedade fazia a adrenalina subir, mesmo ele que já estivera em situações piores, nunca tinha sentido tanta angustia, tanto medo de escolher o caminho errado. Ele pensava no que lhe poderia acontecer e o que poderia repercutir. Sonhos nenhum vinha a sua mente, exceto pela sua amada. Ela lhe dava esperança para seguir, para continuar em frente. Respirou fundo, pensou ele: " Se subir, vai ser mais fácil para descer a uma certa distancia". Tomou fôlego e subiu, não se afastara muito de seu ponto de conforto e angustia, ao chegar a uma certa distancia ele observou algo que poderia lhe servir como abrigo. Não pensou duas vezes e correu para baixo, correu para seu abrigo, nesse momento todos os sonhos bons vieram à sua mente ele podia ter novamente esperança, sentia o cheiro de sua amada no ar, a voz harmônica, perfeita dela. Escondeu-se em uma pequena caverna e ali a noite passou.

Ao raiar do dia vira a neve, aparentemente pensara que havia morrido, mas não, ao olhar ao redor viu que a neve, que poderia complicar mais ainda sua escolha o ajudara, reduzindo um pouco os caminhos que ele deveria escolher. Sabia agora que poderia acertar o caminho."Já que não tenho duas escolhas, menos caminhos pode me ajudar", pensou ele. Caminhou atônito, sozinho, solitário só a esperança de reve-la lhe dava força para chegar ao seu lugar.

Caminhara pelo caminho que ele pensara que era o certo, e ele estava certo aquele caminho levaria-o para sua vila, para os braços de sua amada, ele pensava. Chegando a sua vila, fora recebido como herói, ele estava feliz, mas ao olhar mais a frente, arrependeu-se amargamente de ter voltado, sua amada, estava aos braços de outrem, sua timidez não o permitira dizer para ela eu te amo, ele dava indiretas e achava que ela sabia. Ele senti-se feliz pois ela estava feliz, mas lembrou-se de uma frase que um velho lhe dissera antes de partir, o velho estava sorridente, mas falara para ele que por mais feliz que ele parecera, ele estava triste, chorava por dentro, mas as pessoas não ligavam, era apenas um velho.

Percebera que seria melhor para todos, principalmente para ela que era sua amiga, que ele mostrasse um belo sorriso no rosto, enquanto por dentro desvanecia-se em prantos. No fundo percebera que se morresse antes na verdade ele acharia a vida que procurara, percebera que o caminho que todos diriam estar certo, estava errado, percebera que na verdade ele estava morto, por mais que andasse entre os vivos, e por mais que os vivos lhe cumprimentasse, ele estava morto.

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